As relações de pele e com a própria pele se dão em diversos sentidos e maneiras. O serviço do artista baiano ganha uma relevância extra por conta do empoderamento dos movimentos de disputa contra o racismo, Direitos Humanos e igualdade social. Ao mesmo tempo em que o debate sobre isso as cotas nas universidades assim como permeiam as discussões acadêmicas.
Os desenhos do Finho são fios sérias de um tecido amplo e plural que resgata a importancia da África na criação e desenvolvimento do Brasil. Finho, dono do estúdio Retinto. R7: Quando você começou a desenhar? Finho: Com uns nove ou dez anos de idade mais ou menos, analisando meu irmão desenhar. R7: No momento em que surgiu a ideia de se tornar tatuador? Finho: Eu a todo o momento amei muito de desenhar, e o que ia mudando com o atravessar do tempo, era o que eu desenhava. De protagonistas de histórias em quadrinhos e super-heróis - os mais musculosos possíveis - até retratos e paisagens. R7: Como começaram as suas pesquisas de desenho em pele negra?
Finho: Era uma inquietação que eu tinha, no momento em que eu pensava em me tatuar - como funcionaria estabelecido desenho em minha pele. E a cada vez, eu a todo o momento notava o mesmo - a falta de referência de tatuagens em pele negra. R7: Como são as suas pesquisas sobre a história dos negros e da África para os seus desenhos? R7: Você sente que está crescendo a comoção de orgulho negro no Brasil? Isso se reflete nas tatuagens? Finho: Acredito que estamos vivendo sim uma etapa em que existe este sentimento de orgulho como já ocorreu em abundantes períodos. Não é uma coisa nova, esse orgulho negro.
A questão é que vivemos em um ciclo em que o detalhe circula muito veloz. Todavia claro que eu percebo esse instante, e isso tem se apresentado muito nas tattoos também. E estou achando isso incrível. R7: Você pesquisou como é a tatuagem em pele negra em outros países? Como é isso nos Estados unidos? por favor, clique no seguinte site /p>
Tem um movimento lá? Finho: Eu estou sempre procurando referências de artistas, por aqui e fora. Na tattoo, tem 2 que eu curto muito o serviço e que assim como tatuam muita pele negra que são a Miryan Lumpini e o Dueler. R7: Em São Paulo, um dos vereadores mais votados que é negro se posicionou contra o sistema de cotas e contra o feriado da Consciência Negra. O vereador Fernando Holiday diz que é tudo vitimismo e "mimimi". Qual a tua posição?
Finho: Minha posição é a toda a hora a de não tornar gente estúpida famosa - ou no caso, ainda mais famosa. Quer dizer, é bem mais eficiente a gente bater nessa infraestrutura, do que perder tempo e insistência com estes equivocados aí pelo meio do caminho. Antes de nos preencher com eles, vamos exaltar os nossos e nossas, né não?
Ao invés de gastar energia com o Holiday, como por exemplo, acho bem melhor pronunciar-se do serviço de Thiago Elniño, que acabou de lançar seu disco "Rotina do Pombo". Ou de Sueide Kintê e do seu projeto "Mais carinho entre nós". Ou de Fábio Mandingo ou de Mel Duarte. Ou de qualquer um dos irmãos e irmãs que estão realmente fazendo algo pelos nosso. R7: Quais livros, música e videos sobre a cultura negra que inspiram o seu trabalho?